Insônia
Causas, sintomas, consequências e tratamento
Insônia é a dificuldade de iniciar ou manter o sono ou ainda a percepção de um sono não reparador, com prejuízo na atividade social e/ou profissional. Devido ao grande número de pessoas atingidas e às suas repercussões, a insônia torna-se um problema de saúde pública. Na maioria das vezes a insônia está relacionada a uma redução da quantidade de horas necessárias para um sono satisfatório.
Sabemos que não existe apenas um tipo de insônia mas vários tipos de "insônias". Elas geralmente decorrem da interação de diversos fatores como predisposição genética, fatores físicos, biológicos, mentais, psicológicos e sociais. Podem ser agravadas por outros distúrbios do sono como SAHOS (Síndrome da Apnéia Hipopnéia Obstrutiva do Sono), Síndrome das Pernas Inquietas e Parassonias.
Também podem ser causadas ou agravadas por outras condições como Depressão, Transtorno da Ansiedade, Fibromialgia, Dor Crônica, Distúrbios Metabólicos Hormonais (por exemplo, doenças da tireóide), algumas medicações e substâncias (estimulantes, benzodiazepínicos, bebidas alcóolicas). Em algumas situações a insônia é primária. Muitos pacientes com Insônia Idiopática (sem causa aparente) relatam dificuldade para dormir de início ainda na infância.
Na maioria dos casos a insônia é do tipo psicofisiológica, na qual estão envolvidos fatores predisponentes, como um nível aumentado de alerta e vigilância, mesmo durante a noite; fatores desencadeantes como mudança de trabalho, perda de ente querido, situações familiares e pessoais de conflito, etc; e fatores perpetuadores como a manutenção de hábitos inadequados em relação ao sono (horário irregular de ir deitar, ficar assisistindo TV ou usar computador e celular até tarde da noite).
Existe também a insônia paradoxal, que consiste em uma má percepção do estado de sono, ou seja, a pessoa queixa-se de dormir pouco, mas a polissonografia não constata anormalidades.
Características e Sintomas
A grande maioria dos casos de insônia pode ser caracterizada como insônia inicial que se caracteriza pelo aumento da latência do sono, ou seja, aumento do tempo que o indivíduo demora para iniciar o sono. Também é muito freqüente a insônia de manutenção onde ocorre o aumento dos despertares durante a noite.
A insônia terminal é um pouco menos comum e se caracteriza pelo despertar precoce, quando o indivíduo acorda muito antes do horário que desejaria, mas não consegue voltar a dormir. Alguns pacientes com insônia queixam-se na realidade da qualidade de seu sono, ou seja, mesmo dormindo uma quantidade de horas considerada satisfatória, estes indivíduos têm a sensação de que o sono não foi reparador.
A quantidade ideal de horas de sono é uma característica individual. A maioria das pessoas sente-se satisfeita após cerca de 7 a 8 horas de sono, porém o que define se a pessoa dormiu satisfatoriamente é o estado em que ela se encontra no dia seguinte. Geralmente os pacientes com insônia apresentam-se cansados, mal-humorados, sonolentos ou com sensação de "atordoamento". Muitos, mesmo sonolentos, não conseguem dormir durante o dia.
Conseqüências da Insônia Crônica não tratada
A insônia crônica pode resultar em distúrbios da memória e concentração, ansiedade, depressão, irritabilidade, sentimento de insatisfação constante, baixo rendimento profissional, prejuízo do convívio social e aumento do risco de acidentes com veículos automotores.
Tratamento
Nem todo o paciente com queixa de insônia precisará passar por um exame de polissonografia, entretanto a insônia pode ser um sintoma de outro transtorno. Por exemplo, alguns pacientes com apnéia do sono ou com narcolepsia podem interpretar seus despertares freqüentes como insônia quando na verdade fazem parte de outro problema.
Na correta interpretação da queixa de insônia são fundamentais a história clínica e o exame físico detalhados, procurando estabelecer relação da insônia com outros achados clínicos para chegar ao diagnóstico do problema. Caso exista suspeita de algum distúrbio primário do sono pode ser solicitada polissonografia onde serão monitorizados os parâmetros do sono, quantidade de horas dormidas, eficiência do sono e se há alguma causa que leve o paciente a despertar durante a noite.
Uma vez estabelecido o diagnóstico existem várias opções de tratamento, seja medicamentoso, seja através de terapias cognitivo-comportamentais, sendo indispensável o acompanhamento médico adequado. No tocante ao medicamentos atualmente dá-se preferência aos medicamentos que não provocam dependência e poderiam ser reduzidos ou retirados futuramente.